Como foi cursar design gráfico na Belas Artes de SP

Nesse post resolvi contar um resumão do que aconteceu na minha época de faculdade – creio que hoje deve estar tudo bem diferente. Ou não rs.

Cursei Design Gráfico na Belas Artes de 2007 a 2011 – o curso não tem 5 anos, é que eu tive que fazer mais 6 meses de adaptação (materias pendentes) para concluir o curso, pois troquei de Design de Interiores para design gráfico.

A promessa era linda: um ambiente incrível com professores renomados.

Foi verdade? Eeerm, não.

Pra começar, o vestibular foi feito na unidade da Vila Mariana em São Paulo, um prédio lindo de morrer!

Mas design gráfico foi mudado para a nova unidade na Ana Rosa que era uma ex-escola pública caindo aos pedaços, com um elevador daqueles que tinha um portão preto puxado pelo tiozinho que ficava lá dentro kkkk #fail

Posso dizer que poucos professores da época foram realmente bons, nenhum com qualquer destaque excepcional. A menção honrosa fica para um “professor de marketing” que dava todo conteúdo da prova de mão beijada, pois ele na verdade era fotógrafo e queria dar aula de fotografia! Kkkkkrying

A gente aprendeu marketing? NÃO.

Aliás, na minha vida, os melhores professores foram alguns chefes e mentores que tive, os que de fato eram professores deixaram MUITO a desejar – cabe aqui o questionamento se você realmente deve fazer uma faculdade.

Essa época da facul é meio negra pra mim, um blackout mental, pois além de estar depressiva sem nem desconfiar, ainda por cima estava num relacionamento abusivo sem saber nem o que era isso na época.

Os colegas não eram lá grande coisa. Eu conheci sim gente muito legal, de quem lembro com carinho até hoje, mas a maioria não era legal D:

Tinha muita gente folgada que se fazia de amigo só pra pegar material emprestado ou o conteúdo da aula que perdeu, porque foi pro bar beber.

Uma menina (que foi minha amiga, mas me dispensou porque eu era “careta”) chegou pro meu grupo quase chorando porque os amigos dela estavam no bar todos bêbados e ela não tinha como apresentar o trabalho pros professores sozinha. Escolheu as companhias erradas, né linda? ¯\_(ツ)_/¯ 

Tinha gente que se aproximava “do nada” pra pedir voto porque queria ser representante de classe. Enfim, o ser humano sendo interesseiro né? Hahahahaha


Em tempo: fiz um video lá em 2016, mas que ainda pode ser útil e bem atual pra quem se interessa em cursar uma faculdade da área:


Ainda sim lembro de muita coisa, por exemplo da quantidade exagerada de trabalhos que os professores passavam pra gente.

Não tinha essa de “sexta-feira não é dia de aula, é dia de beber”. Se você fizesse isso se ferrava pois perdia matéria e as instruções dos trabalhos da semana.

Sim, era toda santa semana! A gente não tinha uma brecha, final de semana ou feriado, era o tempo todo fazendo trabalhos.

Eu virei noites e deixei de estar com minha família e amigos em eventos por estar lotada de trabalho pra fazer.

E um professor ainda teve a cara de pau de dizer: “sei que é muito trabalho, mas a gente sabe que vocês dão um jeitinho, né”. (professor lixo detected!)

Ha-ha-ha.

O “jeitinho” era virar a noite ou levar o trabalho da facul pro trabalho na empresa, como eu mesma fiz VÁRIAS vezes.

Nunca dei conta de virar noite e ir trabalhar no dia seguinte – a única vez em que fiz isso, cheguei chorando pro meu chefe e implorei pra ir pra casa pois não ia render nada naquele dia.

O “jeito” era fazer os trabalhos da facul durante o expediente, pois fazer de madrugada não era opção pra mim.

Aqui eu já sabia respeitar meus limites de forma subconsciente e isso me ajudou muito.

Mas essa carga excessiva de trabalho me fez uma designer melhor? Sinceramente NÃO.

Tudo aquilo era só pra cobrir tabela da matéria e não ensinava de fato muita coisa. Eu ganhei uma bagagem com a facul, claro, mas não através dos trabalhos em si. Foi uma experiência pesada e difícil então essa bagagem veio a duras custas.

Eu aprendi mesmo a ser designer FORA da faculdade, e acho que qualquer um pode se tornar um excelente designer estudando as bases da área por conta própria.

Fazer faculdade não faz de ninguém um profissional qualificado.

Uma amiga minha comentou comigo, com raiva e razão, que o povo que ia pro bar beber sempre dava um jeito na última hora e conseguia as notas mínimas pra passar de semestre.

Ou seja, eles passavam junto com a gente que se ferrava o semestre inteiro. Eles se tornaram bons profissionais? Com essa atitude, imagino que não.

Essa foi a minha experiência e talvez até “razões para não fazer uma faculdade”, que é CARA, tem renome, mas não entregou o que prometeu. Se vendeu muito bem, mas não entregou.

Lembro que no semestre de Design de Interiores que cursei na mesma facul, toda semana um professor faltava. Imagina que legal pagar a faculdade e o professor não dar aula toda semana?

Desconto na mensalidade que é bom não tinha ¯\_(ツ)_/¯ 

Como falei no começo, talvez as coisas tenham mudado muito em 11 anos (já faz tudo isso que me formei? Uau!), mas fica aqui a reflexão: você quer mesmo fazer uma faculdade para se tornar um profissional da área? Saiba que hoje em dia, com tantos cursos onlines disponíveis, talvez você realmente não precise de um diploma.

O nome Belas Artes pesou muito no meu currículo e me deu muita vantagem, é fato. Mas porque naquela época se valorizava mais currículo do que portifolio.

Hoje em dia as empresas querem saber o que você já fez, como fez e quais resultados gerou, e não onde você estudou. Afinal, se você for da galera do bar, estudar na Belas Artes não faz diferença :P

<span>por</span> Pamela Rebelo
por Pamela Rebelo

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