O trabalho e o tal do télos

Por 6 anos eu parei de criar conteúdo e coloquei de lado coisas que eu gostava muito de fazer por um único e pesado assunto: trabalho. Foi uma área BEM enroscada da minha vida e a minha impressão era que não ia se resolver nunca. Mas resolveu e vou te contar como foi, vem:

Photo by Hipster Mum on Unsplash

Desde que eu saí do colégio vivi essa odisseia chamada vida profissional e carreira. Eu pinguei de um lado pro outro não conseguindo entender por qual razão eu não conseguia me encaixar ou me fixar em uma única função/cargo – mais sobre meu ping-pong entre empresas aqui.

Eu não parava, era inquieta, dinâmica e sentia que havia algo errado, mas eu não conseguia identificar o que. Fui webdesigner desde criança (sim gente, 11 anos e eu já me arriscava no HTML), fiz colegial técnico em informática, saí do colégio com o pé num estágio em webdesign, mas eu queria mesmo era cursar Design de Interiores, porque eu amava plantas baixas e programas de decoração, então achava que queria trabalhar com aquilo.

Consegue imaginar a bagunça que essa mistura virou? rs

Webdesign, design de interiores e design gráfico estão sim bastante relacionados, tanto que eu me frustrei no 1º semestre de Interiores e troquei pra Gráfico, que casava mais com meu estágio na época em que mal saí do colégio e já entrei na faculdade.

Mas a real é que não era design gráfico. Eu gostava, faz parte de quem eu sou, mas ainda não era isso. Também era webdesigner, programava, todos os sites da minha antiga empresa, incluindo este lindo blog que vocês leem agora (modesta kkk) fui eu que fiz. 

Sim, eu era boa no que fazia. Mas faltava algo. Algo que eu fui desconfiando aos poucos quando comecei a trabalhar em agências de publicidade, mas eu não tinha a mentalidade necessária na época para entender sozinha.

Cheguei a achar que eu tinha problemas, que eu talvez não quisesse trabalhar (ou que eu não servisse pra trabalhar), e caí na besteira de achar que trabalho e propósito de vida estão diretamente ligados – calma, se você acha isso, tá tudo bem. Só que eu já não concordo 100%.

Trabalho e propósito PODEM estar ligados, mas não significa que devem ou que um dependa do outro. Trabalho é um meio, nunca um fim. Ele é uma solução que possibilita coisas, possibilita sua vida, mas não precisa ser A SUA VIDA, entende?

E sabe como eu descobri isso? Empreendendo :)

Parece irônico, não? Afinal em tempos de marketing digital, empreendedorismo e propósito são palavras que praticamente não andam uma sem a outra. Só que depois de muita frustração empreendendo (darei detalhes em um próximo post, tenho dicas sobre empreendedorismo que acho legal compartilhar aqui), li este post sobre télos e encontrei finalmente uma luz no fim do tunel e um sentido em tudo que eu tinha vivido até ali.

Eu finalmente descobri o que estava procurando, com o empurrãozinho de um dos melhores gestores que eu já tive, que chegou pra mim depois de 1 semana trabalhando comigo e disse: “Pamela, eu preciso de uma gerente de projetos e acho que você tem o perfil ideal. Topa o desafio?

Deus sabe o quanto eu queria que ALGUÉM me dissesse aquilo, porque no fundo eu já sabia que eu era isso: uma gerente de projetos! Eu ADORAVA tudo relacionado a essa função e profissão, mas não tinha coragem de admitir. Eu não tinha experiência nem formação na área, então claro, eu sentia que precisava ser afirmada por um terceiro – nesse caso meu ex-chefe, obrigada chefe, serei eternamente grata :D

E o tal do post sobre télos + o empurrão do meu ex-chefe me libertaram desse peso bobo de que trabalho tem que ser um propósito pré-destinado, cumprir uma missão, engajar uma causa e salvar vidas (não tem nada de errado com isso, não é isso que eu estou dizendo!).

A real é que a gente é empurrado pra tomar essa decisão quando é extremamente novo e não sabe bulhufas da vida. 

Eu tinha 17 anos quando saí do colégio, era um poço de imaturidade e carência, com ZERO autoconhecimento, vários problemas psicológicos dos quais eu nem fazia ideia, traumas dos quais não sabia como lidar somados a uma péssima capacidade de me relacionar.

Como raios eu iria tomar uma decisão boa em relação a minha faculdade e minha carreira? Ainda mais algo que a sociedade coloca como A DECISÃO DA SUA VIDA, ou seja, você vai escolher ali o que “vai fazer pra sempre”. E na real, não vai. Ninguém é a mesma coisa pra sempre.

A área ‘trabalho’ pesa muito, especialmente quando você está se tornando um jovem adulto e todo mundo que você conhece começa a te cobrar de como você vai se sustentar e o que quer ser da vida. Por isso pra mim foi tão pesado, confuso e demorou cerca de 13 anos para se resolver totalmente – esses 6 anos em que eu fiquei em off da internet foram só metade da ópera.

Meu processo foi longo, dolorido e muito necessário. Não adiantava quererem me acelerar, pressionar e me cobrar. Eu estava descobrindo quem eu era, e principalmente o que eu buscava – aliás foi divertido ler meu relato sobre minha busca neste post, eu estava bem no meio dela!

Não sei muito como te ajudar a encontrar o que você busca profissionalmente, mas espero que esse post tenha de alguma forma de deixado 1% mais perto de uma resposta.

E fica a pergunta: você sabe mesmo o que você quer? Será que rola um medo de admitir, como foi comigo? Me conta que vou adorar saber <3

<span>por</span> Pamela Rebelo
por Pamela Rebelo

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1 comentário em “O trabalho e o tal do télos”

  1. Pingback: Porque eu desisti de empreender – PamelaRebelo.com

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